Durante um tempão, vinícolas americanas produziram de tudo com ela: desde brancos e roses sequinhos ou meio doces até tintos frutados e encorpados.
Mas, por mais intimidade que tivessem com sua uva emblemática zinfandel, ou zin, para íntimos, uma pergunta não queria calar: se é uma vitis vinífera, é de origem europeia. Portanto, como chegou até ali? Quem a levou?
Os americanos sempre proclamaram a uva como autóctone da Califórnia.
Nos anos 90, a Universidade da Califórnia em Davis, depois de muito estudar o DNA da uva, afirmou: a zinfandel é a primitivo. Esta era, até então, uma uva obscura da Puglia, na Itália.
Anos depois, estudos mostraram que ambas eram idênticas à crljenak kastelanski, uva croata e provavelmente um ancestral comum às duas.
Desde o início do século 19, os EUA importavam mudas de uvas zinfendal de Vienna e há registros de sua comercialização em Boston no mesmo período. O nome pode ser uma confusão com uma variedade encontrada na Áustria, zierfandler, originariamente croata.
Mas, e o panorama atual? Claro que a primitivo ganhou um tremendo destaque na mídia e virou vedete dos enófilos "por dentro de tudo". A zinfandel se beneficiou do "status" de origem europeia -coisa que, para um vinho, pode ser algo positivo.
A diferença nos estilos é óbvia. Não só por causa do ambiente natural, mas, sobretudo, o cultural.
Mas, claro, você não tem por que decidir entre um e outro. Na dúvida, fique com os dois.
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